terça-feira, 27 de março de 2012

Cultivando branchonetas

Cultivando branchonetas
Dendrocephalus brasiliensis: Conhecida como camarãozinho, brancneque ou artemia de água doce, a branchoneta (lê-se "branconeta"), é um microcrustáceo que surgiu espontaneamente e em grandes densidades nos viveiros da Estação de Piscicultura de Paulo Afonso - BA, a partir de 1989, ao mesmo tempo em que sua ocorrência também já era notada em outras estações localizadas no Médio e Baixo São Francisco.
Classe:
Branchyopoda
Subclasse:
Sarsostraca
Ordem:
Anostraca
Família:
Thamnocephalidae
Gênero:
Dendrocephalus
Espécie:
Dendrocephalus brasiliensis
Devido a sua preferência alimentar fitoplanctófaga, a princípio, sua presença foi encarada como um inconveniente intruso a ser combatido, uma vez que, ao utilizar vorazmente o alimento natural, num curto espaço de tempo, "empobrecia" os viveiros, causando sensíveis prejuízos ao processo de alevinagem.
Mais do que problemas, a branchoneta trouxe, também, soluções para a popularização das técnicas de propagação artificial de peixes carnívoros, servindo como alimento vivo para as fases iniciais de larvicultura e alevinagem. Tendo em vista a grande importância desses peixes para a execução de programas de repovoamento de grandes reservatórios e também para utilização na própria piscicultura intensiva, tem sido constante a busca de microorganismos de água doce com características semelhantes à artemia franciscana (salina), tais, como: fácil obtenção, grande atratividade e que atenda os requerimentos nutricionais de espécies como surubim, dourado, niquim, tucunaré entre outras (inclua aí os Betta splendens).
Como conseqüência de observações mais acuradas sobre o ciclo de vida desses animais, estudos vêm sendo desenvolvidos na Estação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco e os resultados parciais obtidos com o aproveitamento de Dendrocephalus brasiliensis na piscicultura, sinalizam para um grande avanço tecnológico nesse campo, uma vez que a espécie atende, praticamente, a todas as exigências anteriormente descritas.

Conhecendo as branchonetas:
A branchoneta apresenta sexos separados e de fácil identificação. Seu corpo é cilíndrico, variando de tonalidade verde claro a branco, para os exemplares machos e um pouco transparente, para as fêmeas, cujas caudas são avermelhadas. As fêmeas são também, facilmente identificadas, pelo ovissaco com ovos que carregam próximo à cauda (fica dirigido para cima à 45° do corpo) e os machos apresentam apêndice vertical, o qual é fundamental para a identificação da espécie (tem a forma de artemia salina).
Em condições ideais, as branchonetas crescem mais de 1 mm ao dia, depois do 3º dia de vida. Este animal alcança dimensões de até 30 mm, quando adultos (por volta dos 50 dias de vida), podendo até ultrapassar, se o ambiente estiver bastante favorável. Em termos médios, os adultos situam-se em torno de 20 mm.
Branchoneta macho
Branchoneta fêmea
Branchoneta macho
Branchoneta fêmea
Sendo a branchoneta essencialmente filtradora, num curto período de tempo, deixa um tanque rico em plâncton, completamente "limpo".
Com referência à ingestão de zooplâncton, observou-se, tanto nos viveiros, como em aquários, que a branchoneta não lhe dá maior preferência.
A espécie possui ainda uma forte tendência à agregação, formando conglomerados, nadando em todas as direções. Os indivíduos nadam sobre o próprio dorso com os filopódios para cima, direcionados à luz ou claridade do ambiente em que se encontram (telotaxia ventral).
Ao mesmo tempo em que nada, a branchoneta vai se alimentando do material em suspensão, filtrando com seus apêndices: bactérias, algas, protozoários, metazoários e restos de matéria orgânica. Todavia, logo fica caraterizado sua tendência fitoplanctônica, uma vez que o zooplâncton praticamente não é consumido. Portanto seu hábito alimentar primitivo seria predador e, a alimentação filtradora uma especialização. Uma predação mais intensa somente é exercida em anostracos que alcançam grandes dimensões como Branchinecta giga e Branchinecta ferox.
Com uma semana de vida, já é possível encontrar formas jovens de branchoneta com ovários em formação. Aproximadamente oito dias após a eclosão, elas já são adultas e começam a liberar os cistos, que têm cor escura e forma oitavada. Uma análise preliminar revelou que, por postura, cada fêmea libera de 100 a 230 cistos.
O ciclo de vida das branchonetas é de aproximadamente 90 dias, período correspondente ao de alevinagem de várias espécies de peixes carnívoros.
Trata-se de uma espécie prolífica, reproduzindo continuamente, durante todo o ano, com exceto no período de inverno, quando as temperaturas caem. Constatou-se uma proporção sexual predominante de fêmeas da ordem de 60%.
As fêmeas realizam posturas diárias, estimuladas pelo estresse da superpopulação e/ou iminência de estiagem. Seus cistos, por serem mais pesados que a água, vão para o fundo, onde se depositam, misturados aos resíduos, e ai ficam.
Os cistos só nascerão se esse material do fundo, o substrato, for secado, e posteriormente hidratado.
Se for mantido sempre com água não haverá nascimentos dos cistos (precisam passar obrigatoriamente por um período de diapausa seca). As vezes, até pode acontecer o nascimento de algum cisto que tenha ficado em região que por evaporação, tenha secado.

Cistos
Os cistos da branchoneta, a exemplo dos demais Anostracos são resistentes e asseguram a sobrevivência durante condições ambientais extremamente adversas como ressecação e congelamento.
Após a completa drenagem dos viveiros eles permanecem no fundo, mesmo expostos ao sol até por várias semanas. Uma vez o viveiro sendo cheio, eles eclodem rapidamente, ocorre um crescimento individual e populacional rápido e, aos quatro dias de vida, as formas jovens em tamanhos apropriados para utilização na dieta de alevinos já podem ser colhidos. Aos oito dias de vida as formas adultas já podem ser colhidas com redes, caso se queira fazer produção em laboratório ou usá-las na alimentação de peixes.
Geralmente você recebe uma pequena porção de substrato (lama de fundo do tanque de cultivo), contendo, em meio aos resíduos, os cistos. Como os cistos são pesados, vão ao fundo, dificultando sua separação.
Tanque de grandes proporções para cultivo de branchonetas
Substrato de tanque de cultivo de branchonetas, com cistos
Tanque de grandes proporções para cultivo de branchonetas
Substrato de tanque de cultivo
de branchoneta, com cistos

Eclodindo os cistos de branchonetas:
  1. Prepare um recipiente pequeno, de 500 ml, no máximo, transparente e bem limpo para fazer a semeadura dos cistos.

    É importante que você faça desta forma, para conseguir enxergar os náuplios que nascerem e não acabar jogando tudo fora, pensando que os cistos não vingaram.

  2. Coloque 200 ml de água limpa e isenta de cloro (previamente fervida, resfriada e agitada para repor o oxigenação).
  3. Providencie uma cobertura de tela para evitar que mosquitos ou pernilongos, consigam chegar até a água para efetuar a postura de ovos.
  4. Acomode o recipiente, de preferência, um local ao sol. Mas cuidado, pois pode haver excesso de aquecimento.
  5. Hidrate os cistos, semeando o substrato nesta água. Apenas uma pequena parte dele, para evitar perder todos os cistos em uma semeadura errada. Depois que você dominar o manejo, arrisque-se semeando lotes maiores de substrato.

    Para melhor aproveitamento dos cistos adquiridos, de tempos em tempos, vá semeando novos lotes, para dar continuidade a produção. Quando acabar os cistos adquiridos, você poderá se valer dos cistos produzidos na sua própria cultura.

  6. Não requer aeração forçada (pedra porosa), mas se for aplicada, deve ter um borbulhamento bastante suave.
Se a temperatura da água estiver na faixa de 27-30 °C e o pH variando entre 6.5-7.2 (parâmetros referênciais), as branchonetas começam a nascer em 24 horas depois de hidratadas, mas os nascimentos continuam por vários dias. Isto é um artifício, porque na natureza, se nascessem todas de uma vez, após uma pequena chuva que não fosse suficiente para manter a poça cheia por muito tempo, elas acabariam morrendo, sem chegar a se reproduzir, ao passo que nascendo aos poucos, elas garantem a perpetuação da espécie. De início apresentam cor preta e com forte semelhança às artêmias salinas.
Atenção!: O fato dos náuplios de branchonetas nascerem, não significa que você obteve sucesso total. É comum, de repente, ocorrer a morte de todas sem motivos aparentes, em qualquer fase da vida, portanto sempre semeie substrato com cistos aos poucos e acompanhe o desenvolvimento.
Olhando o pote contra a luz, ficará fácil visualizar os náuplios das branchonetas. Elas podem ficar por 3 dias neste pote, sem alimentação. Após este prazo, devem ser transferidas para um tanque de crescimento e engorda.

Preparando um tanque de crescimento e engorda para as branchonetas:
  1. Preparar uma caixa baixa e larga (com mais ou menos 15 litros de água limpa e isenta de cloro (previamente fervida, resfriada e agitada para repor o oxigenação).
  2. Coloque no fundo do tanque uma camada fina de areia de rio (2 cm), bem lavada e preferencialmente fervida e resfriada. Este será o substrato da sua cultura, onde serão feitas as posturas de ovos.
  3. Providencie uma cobertura de tela para evitar que mosquitos ou pernilongos, consigam chegar até a água para efetuar a postura de ovos.
  4. Acomode-a, de preferência, um local ao sol. Mas cuidado, pois pode haver excesso de aquecimento.
  5. Este tanque, se possível, deve ficar num lugar alto, para favorecer as as sifonagens da água para coleta parcial ou total de substrato, contendo os cistos.
  6. Não requer aeração forçada (pedra porosa), mas se for aplicada, deve ter um borbulhamento bastante suave.

Transferência dos náuplios de branchonetas para o tanque de crescimento e engorda:
Você deve seguir os procedimentos de praxe para adaptar estes náuplios de branchonetas à água deste tanque de crescimento e engorda. Adaptar os náuplios à temperatura e pH da água para onde eles serão transferidos:
  1. Coloque este pote boiando no tanque de crescimento e engorda, por 30-40 minutos, para a equalização da temperatura da água.
  2. Em seguida, vá adicionando água do tanque de crescimento e engorda, dentro do pote, em pequenas doses, até dobrar o volume de água original. Isto deve acontecer de forma muito lenta, para que os náuplios se adaptem com segurança ao pH da água do tanque de crescimento e engorda. Não tenha pressa, se possível aplique 6-8 horas neste processo.
  3. Solte os náuplios no tanque de crescimento e engorda.

Alimentando as branchonetas:
  1. Elas podem ser alimentadas com algas verdes1 (sem predadores2), spirulina, infusórios, fermento biológico (de padaria), levedura de cerveja, ração fininha para peixes, leite em pó, farinha de trigo ou qualquer alimento que fique em suspensão na água.

    Prefira a algas verde. Alimentos como: leite em pó, levedos, farinha de trigo podem ser utilizados com muita cautela. Comece “testando” quantidades bem reduzidas, até encontrar o “ponto ideal”.


    As Branchonetas se alimentam muito, “filtrando” a água com grande rapidez, deixando tanques infestados de algas verdes (não filamentosas), rapidamente translúcida (24 a 72 horas normalmente, dependendo do volume de água e da quantidade de indivíduos introduzidos). Para tanto, mantenham sempre culturas de algas verdes de “reserva”.

  2. Lembre-se que o excesso de alimento mata mais que a falta (igual aos peixes) principalmente se usar alimentos industrializados (água verde pode ser a vontade, e colocada sempre que a água perder a turbidez, mesmo que parcialmente).

Coleta de cistos:
Você pode deixar sua cultura produzindo cistos, até a quase extinção dos adultos (vários meses), ou então dependendo da pressa em obter cistos, pode-se, após a maturidade sexual dos indivíduos, transferí-los para outra caixa as branchonetas adultas (isto não é aconselhável, porque na fase adulta, elas sentem as mudanças no padrão da água, podendo até morrer). Daí então, secar o substrato. Os cistos podem ser estocados à temperatura ambiente, mas sem umidade, por muito tempo.
Atenção: A secagem em época de chuvas é bem mais problemática, devido a alta umidade do ar, e ai pode ser usado o recurso de um ventilador.
Você pode optar por esperar todos os adultos morrerem na caixa de desenvolvimento e engorda, pela idade, e só então efetuar a coleta do substrato, aspirando ou deixando evaporar o excesso da água, deixando secar o sedimento.
Outra opção é, de tempos em tempos, coletar por aspiração os resíduos do fundo, filtrando em filtro descartável de coador de café e colocando para secar.
Este processo tem o inconveniente de se perder muitos cistos que ficam nas entranhas do filtro, mas pode ser semeado com o papel do filtro junto.
Você também pode deixar a água e o material coletado descansando para sedimentar em um recipiente alto e estreito (garrafa pet cortada), e depois de sedimentado, aspirar de novo o excesso de água, para deixar secar por evaporação, o substrato.

Coleta e oferecimento aos Betta splendens:
  1. Aos quatro dias de vida, já é possível coletar formas jovens em tamanhos apropriados para utilização na dieta de larvas de Bettas. Use puçá de filó ou organza, com trama pequena.
  2. Aos oito dias de vida, já é possível coletar formas adultas com puçá de filó ou organza com trama média, para alimentação de peixes juvenis.
  3. Aos vinte dias, quando você perceber que tem um bom número de branchonetas adultas, fazendo posturas diárias no seu substrato, há algum tempo, é chegada a hora de começar a colocá-las na cadeia alimentar dos seus peixes adultos. Use puçá de filó ou organza, com trama grande.
Ofereça aos peixes em quantidades compatíveis ao tamanho de sua voracidade, mas sem exageros, para não distender demais o abdome dos seus peixes.
É evidente que se você precisa de quantidades grandes de bio-massa para alimentar diariamente, todos os peixes da sua estufa, você vai precisar montar vários tanques de crescimento e engorda de branchonetas e talvez pensar em mantê-las em uma ou mais piscinas infantis, por exemplo, aumentando consideravelmente a escala de produção.
Uma vez dominada a técnica e geração local e abundante de cistos, seus limites se ampliam consideravelmente.

Tipos de caudais nos Bettas

Tipos de caudais nos Bettas
A maneira de como se avaliar um betta quanto ao tipo de caudal, ainda gera confusão entre os novatos no trato com esse fabuloso peixe, e mesmo entre muitos daqueles que já tem um maior contato com ele.
Claro que todos nós desejamos um betta maravilhoso, bem constituído, com presença.
  • E para que se possa obtê-lo, deverão ser observados vários pontos:
  • a cor (ou cores);
  • a distribuição e o arranjo das mesmas (se é sólido, bicolor, se é marmorizado etc);
  • os tipos de caudal, de dorsal, de anal, as peitorais e as pélvicas;
  • se é um plakat (PK - nadadeiras curtas) ou se é um long fin (nadadeiras longas);
  • se tem temperamento (se é ativo ou se é apático);
  • se tem um bom porte e
  • se apresenta um equilíbrio harmonioso na relação corpo/nadadeiras.
E para aqueles que, como nós, também, se interessam pela qualidade genética daquilo que se está adquirindo, deverão ser levadas em conta, ainda, a linhagem e a ascendência (e, essas, infelizmente, dependem da honestidade de quem fornece a matriz).
Perguntas do tipo: "Esse betta é half moon ou é crown tail? Mas, se é crown tail, ele pode ser half moon?", "Existe double tail crown tail?", ainda acontecem e são geradoras de discussões vazias e que não levam a nada.
Vemos em muitos sites e e-mails, siglas como PKHM, OHM, DT, SDCT etc, etc, que causam confusão entre aqueles que não estão familiarizados com as mesmas.
Este artigo pretende explicar uma maneira pela qual se poderá entender o que essas "sopinhas de letras" significam, bem como, buscar um aprofundamento nos diversos tipos de caudais.
Assim sendo, dividimos, somente para fins didáticos, a abordagem dessa análise, em tópicos, conforme mostrado a seguir:
  • Estrutura das caudais
  • Abertura das caudais
  • Formato das caudais
  • Bordas das caudais
No primeiro tópico ("Estruturas das caudais") vamos abordar o que venha a ser 2R, 4R, 8R. etc.
Pendúculo caudalDe maneira geral, qualquer caudal é composta por raios que partem do pedúnculo caudal e se prolongam, através de ramificações, até a borda, permitindo que o pano da mesma se desenvolva ocupando os espaços entre esses raios.
Quando dizemos que um betta é 2R significa que o número de terminações na borda da caudal é de 2 em 2.


Veja a figura explicativa abaixo: 2 R
Quando esse número de terminações acontece de 4 em 4, dizemos que esse betta é um 4 R.
4 R
E assim, sucessivamente.
É muito difícil - ou mesmo impossível - se afirmar a "olho nu" se determinado betta possui ramificação superior a 8 R (16, 32 ou, alguns afirmam existir tal conjunto, com 64 raios), pois essa se apresenta extremamente fina e junta.
Abaixo, um belo exemplo de uma caudal com 8R.
8 R
Veja a quantidade de terminações por conjunto de ramificações.
Visto isto, vamos passar ao segundo tópico ("Aberturas das caudais").
Grosso modo - e sem cometer erro conceitual algum -, encontramos os tipos:
Veil tail (VT) ou caudal em véu - é o betta tradicional, aqueles que, em sua grande maioria, ainda são encontrados nas lojas.
Veil Tail
Não apresentam simetria, e alguns até lembram um rabo-de-cavalo, com o desenho da caudal tendendo para baixo.
Esses foram os primeiros long fin - caudal longa - que se tem notícia.
Round tail (ou fan tail) ou caudal redonda - também encontrado nas lojas, porém, foram os primeiros bettas a apresentarem uma certa simetria.
Round Tail
Os raios externos da caudal - os mais próximos da dorsal e da anal - são encurvados.
O termo fan tail foi sugerido por causa da lembrança das pás arredondadas de um ventilador (fan - ventilador, em inglês).
Delta tail (DT) ou caudal em delta - já encontrado em algumas lojas.
Delta
Os raios externos da caudal são mais retificados e o ângulo de abertura da "tesoura" formada por esses raios deve ser maior que 75° e inferior a 180°. Quando a abertura é próxima de 180° (150°,170°, 179° etc), teremos os super deltas (SD).
Half moon (HM) ou meia lua - é um SD que possui abertura igual (ou superior) a 180°.
Half-Moon
Em um bom HM, os raios externos são retos, do pedúnculo caudal até a borda da caudal, idênticos a um leque (são os maiores em extensão, da caudal).
Já nos maus HM, as pontas dos raios externos se apresentam meio arredondadas.
Os HM com abertura superior a 180°, os chamados OHMs (over HM), são os mais desejados na atualidade.
Conforme já comentado anteriormente, há, também, bom e mau OHM.
over Half-Moon
Devido à alta abertura, alguns desses raios externos apresentam uma curvatura invertida (em direção à anal e à dorsal), de tal forma que os raios externos da caudal se projetam para frente. (veja a figura acima). É uma coisa muito bonita de se ver!
Então, como um primeiro resumo, temos:
  • Estruturas das caudais: 2R, 4R, 8R, 16R ...
  • Aberturas das caudais: VT, caudal redonda, caudal em delta, SD, HM e OHM.
Vamos estudar agora o terceiro tópico ("Formatos das caudais")
Nesse tópico encontramos dois tipos: os bettas com caudais com um único lóbulo e aqueles com dois lóbulos.
Single Tail
Double Tail
Então, como um segundo resumo, temos:
  • Estruturas das caudais: 2R, 4R, 8R, 16R ...
  • Aberturas das caudais: VT, caudal redonda, caudal em delta, SD, HM e OHM.
  • Formatos das caudais: ST e DT.
Vamos estudar agora o quarto tópico ("Bordas das caudais")
Neste tópico podemos considerar três grandes grupos: Borda Lisa, Borda Denteada e Borda em Forma de Coroa (Crown Tail).
Borda Lisa
Borda Denteada
Borda em Coroa
Observe os tipos de borda denteada e o CT (em formato de coroa - crown, em inglês): em uma primeira aproximação, poderíamos considerá-los "farinhas do mesmo saco".
Porém, quando observamos a estrutura dos CT, vemos que o pano das nadadeiras caudal, dorsal, anal e das peitorais, apresenta uma relação aproximada de um para um, entre a presença do pano e o tamanho dos raios expostos com quase nenhum pano - os chamados espigões -, enquanto que, naqueles bettas com borda denteada, tal relação não se verifica (relações de proporção bem maiores que um - por exemplo, três para um, dez para um etc).
O enquadramento de um betta como CT, em alguns casos, pode suscitar dúvidas entre os criadores, pois, da mesma forma que os HM e OHM, há os bons e maus CT.
Outra coisa que os CT apresentam são os diversos tipos de espigões: há os que apresentam espigões aos pares - veja o da foto -, de três em três, aqueles que apresentam os espigões retos, aqueles que apresentam os mesmos tortos, porém, de forma harmônica.
Alguns chamam os bettas que apresentam a borda denteada - lembrando em formato à apresentada acima, mas, também, podendo ser como pequeninas pontas, bem fininhas, muitas das vezes, transparentes, até - de comb tail (caudal em forma de pente - comb, em inglês).
Outro tipo de caudal muito apreciada é aquela que apresenta dobras sobre dobras em toda sua volta, devido ao aumento da área do pano caudal (por causa da alta ramificação - independentes do tipo de borda que possuam).
É conhecida como rose tail (ou caudal em forma de rosa - lembrando as diversas dobras das pétalas no botão).
Rose Tail
Esse tipo de borda, em casos extremos, começa a apresentar umas reentrâncias largas e bem marcadas que lembram penas de ave.
São os chamados feather tail (FT) - (ou caudal em formato de pena - feather, em inglês).
Feather Tail
Esse tipo de borda é muito controverso entre os criadores - uns são apaixonados por ele, enquanto que outros, não o aceitam, e querem evita-lo a qualquer custo -, pois, na maioria das vezes, ocorre nos bettas HM - ou mesmo em OHM - onde se deu ênfase na linhagem, aos reprodutores com maiores ramificações, o que leva a surgir, em casos extremos, horrorosas deformações e, mesmo, um efeito inverso e, claro, não desejado nos long fin, que é o encurtamento no comprimento da caudal.
Quando essas reentrâncias são suaves e bem marcadas, trazem uma harmonia exótica ao betta e, particularmente, gostamos deste tipo de borda.
Como muitos dos feather tail mais suaves apresentam, também, excesso de pano na caudal, às vezes, torna-se um tanto polêmico o enquadramento de tal betta como rose tail ou feather tail, independente de esse ser HM ou OHM.
Nesses casos, enquadra-lo como rose tail não será nenhum absurdo.
Então, como resumo final, temos:
  • Estruturas das caudais: 2R, 4R, 8R, 16R ...
  • Aberturas das caudais: VT, caudal redonda, caudal em delta, SD, HM e OHM.
  • Formatos das caudais: ST e DT.
  • Bordas das caudais: lisa, denteada, CT, FT
Dessa forma, podemos trabalhar, de forma independente, as aberturas, os formatos e as bordas das caudais, lembrando que, dependendo do tipo de abertura, esta ficará amarrada a um determinado tipo de estrutura. Vamos explicar melhor:
Todos os VT (caudal em véu) com os quais lidei nesses anos todos só apresentaram estruturas com 2R.
Portanto, podemos afirmar que nunca teremos um VTFT (veil tail feather tail), pois as estruturas de ambos os tipos são incompatíveis, já que VT é 2R e FT, se ocorrer, será acima de 8R.
As formas em delta, SD e HM estão mais ligadas à capacidade do betta de exibir a abertura da tesoura formada pelos raios externos da caudal, do que com as quantidades de raios das mesmas.
E dando ênfase a essa afirmação, há criador que nos informou já ter tido em seu plantel bettas HM com 2 R e OHM com 4R (ambos os tipos ocorrendo em plakats).
Em princípio, quase todos os plakats desenvolvidos em cativeiro são HM - mas do tipo com as pontas dos raios externos curvados e não retas e pontiagudas como um perfeito leque.
Essa facilidade de ocorrência se deve ao pequeno tamanho da caudal (no caso dos PK), que requer uma estrutura de enervação para sustentação da abertura, menos exigente (2R), quando comparada àquela necessária para o mesmo resultado nos long fin (4R, 8R etc).
Como conseqüência, podemos fazer um gráfico com três dimensões, onde em cada um dos eixos teremos uma variável, respectivamente, formato, abertura e borda, que comportará todos as possíveis combinações de caudais, passíveis de serem encontradas nos bettas (até o presente momento), sejam eles, plakats ou long fin.
Gráfico 3 D: Abertura, Borda e Formato de Cauda
Salvaguardando-se o que foi falado anteriormente, acerca das relações intrínsecas entre as estruturas das caudais e determinados tipos de abertura, poderemos ter qualquer combinação desses três fatores para formar um fenótipo final de caudal:
Alguns exemplos:
VTDTCT, HMCTST (ou, simplesmente, HMCT) - também, chamado de half sun (devido aos espigões lembrando os raios de um meio sol, parodiando os half moon com borda lisa) -, HMDT - os chamados full moon (lua cheia) etc.
Esperamos que esse artigo tenha trazido um pouco de luz sobre o tema e, para qualquer dúvida - que, esperamos, surja - , favor enviá-la para vitorchevitarese@gmail.com.

Metodo para Criar Rotiferos e Moina



Metodo para Criar Rotiferos e Moina


Metodo para Criar Rotiferos e Moina

Rotiferos

Este é o metodo básico que eu estou usando. Os tanques grandes estão sendo usados para cultivar agua verde. As culturas de Moina (macrocaopa Moina) / Rotiferos (calyciflorus Brachionus) estão nos baldes de 20 galões em primeiro plano na foto. Depois de tirar esta foto eu coloquei mais 2 tanques de 100 galões para estoque e um tubo de 1/2" de PVC para fornecer ar. A provisão de ar é por uma única bomba de diafragma. Em cada tanque há uma pedra porosa pequena.

[anuncios02][/anuncios02]

Criação em tanques

Rotiferos

Tipicamente, eu colho 50% do volume de cada Balde e substituo com água  verde nova. Os Rotiferos e Moina vão (se dermos comida suficiente, temperatura, e ambiente adequado) dobrar em população a cada 24 horas. Assim é possível remover diariamente a mesma quantidade. No ponto que eu começo a colher uma cultura, os rotiferos ou moina já clarearam a água (removeram todas as micro-algas verdes) neste período de 24 horas. Tenha em mente que você precisa concentrar a cultura, substituindo os animais que foram coletados quando a água foi mudada. Para facilitar a troca e prevenir a perda de rotiferos ou moina eu uso uma tela de 40-60 mícrons de poliéster para coletar os rotiferos e as moinas.

[anuncios03][/anuncios03]

Veja o diagrama abaixo:

Rotiferos

Em 24 horas a cultura vai acabar com o suprimento de comida.

Rotiferos

Nesse ponto tire 50% do volume do tanque de cultivo. Se voce quer aumentar a população de rotiferos e moinas volte com os animais coletados para o tanque de cultivo. Não provoque disturbios ou remova o que estiver no fundo do tanque. Os ovos das moinas e dos rotiferos são depositados no meio
Remoção prevenirá qualquer reprodução pela cultura.

Rotiferos

Adicione nova agua verde.