sábado, 20 de agosto de 2011

Criação de peixes ornamentais


pedrokiko | criaçao de peixes ornamentais
criaçao de peixes ornamentais
A criação de peixes ornamentais em tanques externos como uma extensão do aquarismo, além do aspecto decorativo, oferece novas perspectivas sendo muito prazeroso. Os caminhos da vida levaram-nos para setores de atividades diversas, onde o mais compensador se mostra o exercício da profissão, engenheiro, médico, operário, estudante, não puderam deixar de lado, mesmo que de maneira disfarçada, as tarefas que lhe são gratas ao espírito. Esta matéria é dedicada a estas pessoas, não profissionais, naturalistas de nascença, que dedicam seu tempo para a piscicultura ornamental amadora. Aqui nesta reportagem, julgo trazer uma contribuição bem necessária, dando os principais conhecimentos para quem deseja entrar nesta área da piscicultura.



O que é um tanque externo? São chamados de viveiros ou tanques externos, pequenos habitats que assemelham-se bastante com as condições naturais de um rio ou lago. É construído de forma a imitar os diversos fatores que encontramos na natureza. É exposto as variações climáticas e a predadores naturais. Os peixes, vivendo assim, agradecem e retribuem com um crescimento adequado e saúde vigorosa.





Existem diversos tipos de tanques, construídos cada um, para determinados tipos de peixes ou finalidade. Podemos citar os tanques para carpas japonesas, para poecilídeos (gupies, espadas,etc) ou para praticamente todos os peixes que vivem em aquários, misturados ou não com cultivo de plantas aquáticas e também com a reprodução. Carpas e caudas de véu, necessitam de água muito oxigenada, sendo importante o uso de bombas para circulação ou renovação constante, peixes pequenos como os gupies e espadas não necessitam deste tipo de investimento.



Vamos construir um tanque? Cavar um buraco no pátio pode parecer meio assustador, mas a satisfação é muito grande passadas as etapas da construção, e depois de construído permanece durante muitos anos sem necessitar de novos investimentos.



Projetando e contruindo



A primeira etapa é a escolha do local. Damos preferência a uma área que receba, por dia, no mínimo algumas horas de sol. Evitamos lugares com muitas árvores altas, que causam sombra e sujam a água com a queda das folhas. O tamanho vai depender da sua disponibilidade de espaço, pode ter qualquer forma, circular, retangular ou indefinida, no mínimo 4 metros quadrados (2 m x 2 m ), 10 metros quadrados é bastante bom. Não é recomendado profundidades de mais de 1 metro, 40 ou 50 cm, é o ideal. Calcule a profundidade sempre pensando em seu braço, que precisa alcançar no fundo. Depois de escavado, o solo presisa ser bem batido, colocamos uma camada de areia para emparelhar, depois uma camada de lages grossas no fundo e lages em pé nas laterais, tudo é soldado por concreto. Depois de seco aplicamos uma nova camada de concreto, dando o acabamento. Em uma lateral, colocamos um sangradouro, ou ladrão, para evitar transbordamentos em caso de chuva. Colocamos o ladrão na posição que desejamos como nível máximo da água. Um cano por baixo da terra, deve levar a água até a caixa de esgoto mais próxima. Colocamos também um outro cano, partindo do fundo, para podermos secar o tanque quando for preciso. Este deve ser provido de um registro. Depois de pronto, aplique uma camada de suviflex (uma tinta especial para evitar vazamentos). Se tudo for bem planejado, em um ou dois dias a obra estará pronta. Encha o tanque e observe durante alguns dias o nível. Se ocorrerem vazamentos, corrija com mais camadas de suviflex.



O meio ambiente e a alimentação dos peixes



A água da torneira descansada, precisa ser preparada para ficar adequada aos peixes. O piscicultor precisa controlar as propriedades físico-químcas da água. Este controle permite tirar melhores resultados, e é importante para o sucesso do tanque. Antes de falar nestes mecanismos de controle, vamos fazer um apanhado geral sobre o ambiente no qual vivem os peixes.



Os peixes exigem para o seu desenvolvimento de uma água bem oxigenada. Águas quentes, salobras, ou que tem muitas plantas em decomposição, possuem pouco oxigênio. Águas profundas e turvas não são boas para a vida aquática, pois a vida microscópica chamada de plancton, que é muito importante na alimentação dos peixes, não se desenvolve quando a luz não chega ao fundo. Também águas totalmente claras e transparentes não são boas porque contém pouca vida microscópica. Para tornar águas deste tipo aproveitáveis, é necessário fertilização e calagem dos tanques com estercos e calcário. O ph da água deve ser igual ou maior que 7,0 pois águas neutras ou ligeiramente alcalinas são as que mais produzem plancton. Os peixes tem hábito alimentar diversificado, variando com a espécie e o estágio de desenvolvimento que se encontram.



Como crescem os peixes? São basicamente três fatores que influenciam no crescimento:



1) A idade: O crescimento é muito rápido do nascimento até a idade de reprodução. O crescimento torna-se mais lento à medida que o peixe envelhece, mas nunca pára totalmente.



2) A alimentação: Se faltar alimentação, ou se esta for de baixa qualidade, os peixes não se desenvolvem.



3) A temperatura: Os peixes em geral têm seu crescimento acelerado na primavera e verão, diminuindo no outono e quase parando no inverno.



Fertilizando a água



Fertilizar, consiste na aplicação de compostos químicos visando alcalinizar a água e a aplicação de adubos orgânicos ou químicos. A fertilização forma uma cadeia alimentar que começa pelas algas. O processo de fertilização divide-se em duas etapas: Calagem e adubação.



1)Calagem: A calagem consiste em corrigir o ph, preparando a água para receber a adubação, e deve ser feita sempre que o ph ficar abaixo de 7,0. Medimos o ph, e corrigimos para um pouco alcalino, aplicando cal, ou carbonato de sódio que pode ser comprado em pó nas farmácias de manipulação. É o mesmo produto que vem nos tubinhos de alcalinizante comprados nas lojas de aquário. Com o valor que se gastaria para comprar um tubinho que tem geralmente 0,1 grama, podemos comprar 250 gramas (duas mil e quinhentas vezes mais de carbonato de sódio). Coloque o carbonato aos poucos, em pitadas, sempre medindo para ver as alterações. Não há uma quantidade exata, deve ser alcançada experimentalmente.



2)Adubação: Consiste em lançar na água adubos químicos ou orgânicos. A quantidade recomendada varia de autor. Podemos lançar na água uma quantidade de 250 g de esterco de aves para cada 1000 litros de água. O esterco deve estar bem seco, se for fresco, ocorrerá uma grande fermentação, e por consequência uma perda de oxigênio.



A cadeia alimentar



Parte da matéria orgânica que colocamos no tanque (o esterco) é convertida em sais minerais pela ação de bactérias. Estes sais minerais, mais a luz solar, formam o que chamamos de fitoplancton, vegetais microscópicos que geralmente não podem ser vistos a olho nú. O esterco também vai produzir uma grande quantidade de pequenos animais chamados de zooplancton, entre eles, diversos tipos de cyclops, que são pequenos crustáceos aquáticos. Estes se alimentam do fitoplancton. O ph alcalino garante uma boa produção de fitoplancton. Todos os organismos que não são comidos por outros e morrem; caem no fundo sob forma de detritos orgânicos que são novamente transformados em sais minerais. No fundo do tanque desenvolven-se organismos maiores. São larvas de insetos, vermes e pequenos moluscos aos quais chamamos genericamente de bentos, que se alimentam do zooplancton.



Os cuidados com os peixes



Faça todos os procedimentos de adaptação usados em aquários. Em um tanque de 3000 litros se você colocar 50 espadas e 10 gupies, eles vão desaparecer e você poderá ficar frustrado com um lago vazio, mas em pouco tempo você verá mais e mais peixes. Todos os dias alimente os peixes com comida flocada. Quando for alimentar, faça um barulho agitando a água. Em pouco tempo eles reconhecerão a hora de comer. Coloque algumas plantas aquáticas. Cabombas, rabos de raposa e elodeas desenvolven-se muito bem. As plantas são importantes pois oferecem abrigo aos alevinos, mas o excesso consome muita adubação. Quando os peixes começarem a nascer, todo alimento que precisam encontrarão em abundância. Os cyclops formados pelo esterco e as larvas de mosquino que aparecerem expontaneamente, serão consumidos. A adubação deve ser reforçada três vezes ao ano, nos meses de março, setembro e dezembro (outono, primavera e verão), e não deve ser feita nos meses de rigoroso inverno. Se for montar o tanque no inverno, faça uma pequena adubação(50 g para 1000 litros) ou somente quando o frio terminar. Não se preocupe com doenças, como o íctio e fungos, se um peixe estiver afetado é pouco provável que passe aos outros, e geralmente as doenças desaparecem por sí. É comum no começo do tanque, alguns peixes morrerem, mas as crias destes serão cada vez mais resistentes. A chuva completa a evaporação, mas se não for suficiente, use uma caixa d'água com água da torneira descansada ou trate a água com hipossulfito de sódio(é encontrado em lojas de material fotográfico ou químico, o hipossulfito é usado como fixador para fotografias, e é o mesmo que vem nos tubinhos de desclorificante). Nos meses de inverno, dependendo da região, é necessário o aquecimento da água. Aqui no Rio Grande do Sul, quando a temperatura fica abaixo de 10º C, é preciso cobrir parte do tanque com lâminas de isopor, que flutuam sobre a água. E no mais rigoroso inverno, debaixo destas lâminas é necessário instalar aquecedores potentes. Quando a temperatura chegou aos 4º C, 900 Watts de aquecedores, divididos em 3 de 300 watts, debaixo das lâminas de isopor, foram o suficiente para não ocorrer nenhuma morte em um tanque de 4.000 litros.



O crescimento da população



Pense que se colocar 30 fêmeas, cada uma dará uma base de 20 alevinos que crescerão até a idade adulta, 30 x 20 = 600 peixes, destes 600 serão 300 fêmeas, então teremos 330 fêmeas. Na próxima geração 330 x 20= 6600 peixes. Incrível! Mas não é assim que funciona.



Se inicialmente colocarmos 40 peixes, 30 fêmeas e 10 machos, no primeiro ano, o crescimento da população será muito grande, diminuindo a medida que os peixes se tornam adultos. Isto é facilmente explicado pois quando tínhamos os 40 iniciais, haviam somente 40 predadores para todos os nascimentos, com as primeiras gerações já adultas, teremos 200 ou mais predadores para os nascidos. Chega a um ponto que quando um alevino nasce, não consegue chegar a idade adulta antes de ser devorado. Teremos então uma estabilização da população. 

Folhas da Amendoeira - Tratamento de doenças


Para iniciarmos então, vamos falar não sobre doenças, mas sobre as folhas de amendoeira que muitos criadores utilizam como bactericida, fungicida entre outras, para tratamento de inumeras infermidades;

Esta planta é conhecida popularmente no Brasil por vários nomes, de acordo com a região ela pode ser chamada de Castanheira, Castanheira Portuguesa, Castanha da ìndia, Castanhola, Sete Copas, Chapéu de Sol e possivelmente outros nomes. Ela foi introduzida no Brasil pelos Portuguêses trazida da Índia no período de colonização do nosso país, adaptou-se perfeitamente aos diversos climas do nosso gigante e hoje se ninguém falar nada muita gente vai continuar pensando que ela é nativa, mas não é, é uma planta exótica. No exterior o nome mais comum é Indian almond leaves mas não é difícil ver a planta sendo chamada de folhas milagrosas ou folhas mágicas.

Foto da árvore "Amendoeira"

Esta planta é hoje em dia alvo de diversas pesquisas farmacêuticas, um dos metabólitos presente em suas folhas já foi identificado como bactericida e fungicida entre outras possíveis plicações inclusive contra o câncer. Ela é usada na medicina popular da Ásia a séculos e além disso é usada como tônico e coadjuvante no tratamento de peixes ornamentais, este segredo foi guardado por muito tempo pelos orientais e com o advento da internet essa informação finalmente vazou, embora pessoas mais informadas já tenham ciência do uso destas folhas no oriente, aqui no Brasil ainda não se tem conhecimento, pelo menos não foram divulgados, da aplicação prática na criação e manutenção de peixes ornamentais.



Folhas da Amendoeira

As folhas "mágicas" da Amendoeira (Terminalia catappa L.) são usadas como tônico e coadjuvante no tratamento de peixes ornamentais. Notadamente por criadores de Bettas splendens. 

Estudos indicam que estão presentes em suas folhas elementos com propriedades bactericidas, fungicidas e parasiticidas. Estimulam a reprodução dos peixes, intensificam suas cores e os acalmam.

Entre as qualidades que hoje podem ser encontradas testemunhadas em sites e fóruns das mais variadas nacionalidades estão:

• Estimulante da reprodução;
• Alto poder antifúngico;
• Alto poder antibactericida;
• Alto poder antiparasiticida;
• Intensificação das cores dos peixes;
• Melhoraria da saúde geral dos peixes;
• Baixa o PH;
• Simular condições de águas escuras (Black Water).


Foto da folha seca após alguns dias.

As folhas secas da Terminalia catappa são amplamente utilizadas por criadores de Bettas. As folhas são usadas secas na proporção de 1 folha para cada 15 galões, o que em litros dá 1 folha para cada 56L mais ou menos. 
Com tantas qualidades e tantas referências positivas fico imaginando por que o Brasil que tem essa planta de norte a sul não há referências do seu uso ou experimentação.


Para usar a folha recomenda-se as colher ainda verde e secá-las a sombra, isso evita que juntamente das folhas secas coletadas no chão sejam introduzidos no aquário agentes contaminantes que aproveitam a morte da folha para se instalar, obviamente o poder de defesa da folha é muito maior quando ela ainda está viçosa e saudável em seu galho. Após a coleta as folhas devem ser lavadas e dispostas para secagem, após a secagem basta dispô-las na Betteira. Vale lembrar que a folha, como mencionado acima, tingirá a água de uma coloração amarelada cor de chá, então se você não aprecia a coloração, esteja avisado.
"Efeitos esperados"

Espera-se que os peixes reajam exibindo todo seu vigor, tenha baixa suscetibilidade a infecções e tenham suas cores intensificadas, estes são os efeitos gerais associados ao uso das folhas. Na reprodução é esperada diminuição e até ausência de ovos fungados (ovos brancos) bem como um aumento no número de alevinos sobreviventes aos primeiros dias.

"Modo de Uso"

Cada folha pode tratar até 56L (10G) de água. Simplesmente coloque a folha inteira no seu aquário ou qualquer recipiente com água e a deixe lá por pelo menos 5 dias ou até 10 dias para obter melhores resultados. A água irá gradualmente tornar-se cor de chá nos dias subseqüentes, primeiro uma cor suave intensificando com o decorrer da aplicação. Se você tem um recipiente com menos de 56L pode-se aplicar as folhas em separado e ir diluindo a solução no recipiente que se quer tratar, mas pode-se ainda diminuir a proporção das folhas em relação ao conteúdo do recipiente. As folhas devem ser removidas após 10 dias de uso visto que todas as suas propriedades benéficas como o ácido taninico já foram liberadas no tanque.

Para pequenos recipientes, como betteiras de criação, pode-se usar um recorte da folha de uns 3.5 a 7cm2 adicionado diretamente ao recipient deixando-o lá por pelo menos 3 dias ou cinco para melhores resultados. O tratamento da água com as folhas da Terminalia catappa diminuem a necessidade de trocas desses recipientes de várias em uma semana para uma por semana, mesmo assim não se deve deixar de fazer trocas.

Ficou curioso e vai tentar? Ótimo, espero ter indicado uma forma barata e eficaz para tratamento de algumas doenças que podem atacar nossos Bettas.

><((((º> FTBettas <º))))><


Fontes: http://www.bettabrasil.com.br/
Fotos: Fernando Toloto (FTBettas)